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Nenhum indicado por Lula ao Banco Central votou pela redução da Selic em 2025
Nenhum indicado por Lula ao Banco Central votou pela redução da Selic em 2025
Governo petista acumula sete reuniões sem corte de juros, contrariando o próprio discurso
Por: Redação
05/11/2025 às 22:05

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apesar de ter indicado sete dos nove integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não conseguiu que nenhum deles votasse a favor de reduzir a taxa Selic, mantida em 15% ao ano — o maior patamar da década.
Desde janeiro de 2025, quando passou a ter maioria no colegiado do Banco Central, o governo realizou nove reuniões do Copom, todas com decisões unânimes para manter ou elevar os juros.
O resultado expõe uma contradição interna no governo, que durante a gestão do ex-presidente Roberto Campos Neto — indicado por Jair Bolsonaro (PL) — criticava duramente os juros altos. Agora, sob o comando de Gabriel Galípolo, indicado por Lula e ex-secretário de Fernando Haddad, a política monetária segue ainda mais conservadora.
“Tenho certeza que o Gabriel Galípolo vai consertar a taxa de juros neste país”, afirmou Lula em dezembro de 2024 — frase que hoje virou motivo de ironia entre economistas e parlamentares da oposição.
Copom segue unânime mesmo com domínio lulista
Os sete diretores nomeados pelo presidente compõem a maior parte da autoridade monetária. Mesmo assim, todos acompanharam as decisões de manter os juros elevados. Entre eles estão Ailton Aquino, Gilneu Vivan, Izabela Corrêa, Nilton David, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira, além do próprio Galípolo.
Os outros dois membros do colegiado, Renato Dias de Brito Gomes e Diogo Abry Guillen, foram indicados por Bolsonaro e deixarão o BC em dezembro de 2025.
Economistas veem no episódio uma derrota política para o governo Lula, que, mesmo controlando o BC, não conseguiu implementar uma política de juros mais baixa, promessa usada para atacar a gestão anterior.
Haddad tenta se isentar, mas Galípolo o contradiz
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o patamar atual de juros “é insustentável” e que, se fosse diretor do BC, votaria para reduzir a Selic. Entretanto, o próprio Galípolo — seu ex-braço direito — já declarou que os juros devem permanecer altos por um período prolongado, defendendo a manutenção da taxa em 15%.
A contradição tem aumentado o desgaste interno no governo e reforçado a percepção de que o discurso econômico petista não se sustenta na prática.
“O Lula criticava Campos Neto por juros altos, mas agora tem o próprio Banco Central e nada mudou”, ironizou um parlamentar liberal.
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