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Contas públicas voltam ao vermelho: setor público tem déficit de R$ 17,5 bilhões em setembro
Contas públicas voltam ao vermelho: setor público tem déficit de R$ 17,5 bilhões em setembro
Governo Lula registra pior resultado fiscal em dois anos; aumento de gastos e juros elevados pressionam dívida e expõem fragilidade do novo arcabouço fiscal
Por: Redação
31/10/2025 às 09:57

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O setor público consolidado — que inclui União, estados, municípios e estatais — registrou um déficit primário de R$ 17,5 bilhões em setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (31). É o pior resultado para o mês desde 2023, quando o saldo negativo foi de R$ 18,07 bilhões.
O governo central, composto por Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central, foi responsável pela maior parte do rombo, com déficit de R$ 14,9 bilhões. Estados e municípios também fecharam no vermelho, somando R$ 3,5 bilhões. As estatais, por outro lado, registraram pequeno superávit de R$ 1 bilhão.
Nos últimos 12 meses até setembro, o déficit acumulado chegou a R$ 33,2 bilhões, o equivalente a 0,27% do PIB, confirmando o desequilíbrio fiscal em meio ao aumento das despesas do governo Lula e à arrecadação abaixo do esperado.
A situação é agravada pelos gastos com juros da dívida pública, que alcançaram R$ 84,7 bilhões em setembro, quase o dobro do valor registrado no mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 12 meses, os juros somaram R$ 984,4 bilhões, ou 7,89% do PIB — um recorde desde 2016.
O resultado nominal, que inclui os juros, mostra um rombo ainda maior: R$ 101,2 bilhões apenas em setembro, e R$ 1,017 trilhão nos últimos 12 meses, o equivalente a 8,16% do PIB. Especialistas alertam que esses números evidenciam o fracasso do novo arcabouço fiscal do governo e o crescente risco de endividamento.
Economistas de perfil liberal apontam que o governo Lula ampliou gastos sociais e elevou o tamanho da máquina pública, sem contrapartida em aumento sustentável de produtividade. O resultado é maior pressão inflacionária, juros elevados e menor confiança dos investidores.
Enquanto o Planalto tenta justificar o déficit com o discurso de “investimentos sociais”, o mercado reage com cautela. A avaliação predominante é de que o país perdeu o foco na responsabilidade fiscal, o que pode comprometer a estabilidade econômica e o crescimento no médio prazo.
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